Os benefícios relacionados à flexibilidade no trabalho, saúde e bem-estar já estão entre os benefícios mais presentes em grande parte das companhias, além dos tradicionais auxílios financeiros como alimentação, transporte, educação e creche, segundo levantamento da consultoria Mercer Marsh Benefícios realizado com 690 empresas que juntas empregam 1,7 milhão de colaboradores.
O estudo identificou que 80% oferecem algum benefício relacionado à flexibilidade no trabalho. O traje casual já foi implantado em 50% das organizações e o horário flexível em 49%. Já a licença-maternidade estendida e o home office foram implantados em 29% e 28% das companhias, respectivamente.
Outras ações, como day off no aniversário, licença-paternidade estendida e “short Friday” também estão entre os programas de flexibilidade no trabalho já amplamente oferecidos pelas empresas entrevistadas.
“Ter um olhar abrangente e modernizar a oferta dos benefícios é uma exigência para que as empresas também tenham capacidade de atender as diferentes fases da vida, necessidades e projetos individuais dos colaboradores”, explica Mariana Dias Lucon, superintendente da área de consultoria da Mercer Marsh Benefício.
O estudo também mapeou os investimentos em programas de saúde e bem-estar. Eles cresceram 21% nos últimos dois anos. Hoje, o total de recursos por colaborador é de R$ 271,21. Em 2015, o montante era de R$ 224,15.
Ainda, a pesquisa identificou que 35% das empresas já incentivam a atividade física por meio de várias opções como grupos de corrida, convênios com academia, planos de acesso à academias, academia in company, etc.
“É uma inciativa importante porque no Brasil 50% das pessoas são sedentárias e a cada cinco minutos uma pessoa morre em virtude de infarto ou AVC”, afirma a consultora.
Apoio emocional A saúde emocional também está presente de alguma forma em 41% das empresas – 67% possuem sala de descompressão, 44% massagem e 16% oferecem programas de assistência ao funcionário com apoio psicológico.
Embora os investimentos tenham crescido, por outro lado, somente 24% têm programas estruturados para promoção de saúde. No horizonte de dois anos, apenas 38% das 690 entrevistadas afirmaram que irão ampliar investimentos em programas de saúde e bem-estar.
Mapeamento De acordo com a Mercer Marsh Benefícios, 21% das companhias aplicam questionários para mapear o perfil de saúde, com periodicidade anual, bianual ou semestral. Anual tem maior prevalência com 73%.
O gerenciamento de casos crônicos, por outro lado está implantado em apenas 18% das empresas pesquisadas, sendo que boa parte já possui este programa implementado há mais de 18 meses.
Os investimentos em qualidade de vida também abrangem programas focados nas gestantes com um olhar abrangente desde o acompanhamento do pré-natal até o retorno da mulher ao trabalho passando pela implementação de licença maternidade estendida, horário flexível, home office e sala de amamentação.
Benefícios flexíveis e voluntários
A opção pela livre escolha dos benefícios, que mais se adaptam ao perfil do funcionário, é uma tendência maior no longo prazo. Conforme mostra a pesquisa, 12% das organizações têm interesse de implantar benefícios flexíveis nos próximos 12 a 24 meses. O principal motivo, para 74%, é a valorização do pacote de benefícios; já para 71% é a atração e retenção de talentos.
“O resultado revela uma tendência de transição para novos paradigmas na oferta de benefícios aos trabalhadores. Aos poucos as empresas têm percebido que a padronização dos benefícios para todos os funcionários não atende efetivamente as necessidades particulares de cada trabalhador”, afirma a consultora.
Paralela à oferta dos benefícios flexíveis, outra tendência é a oferta do benefício em que a empresa é uma facilitadora e proporciona ao empregado acesso a uma série de produtos e serviços, ou seja, o modelo de adesão voluntária.
Nessa cesta de benefícios estão a oferta de seguro automóvel, seguro viagem, seguro de vida, residencial, e até seguro pet para animais de estimação. Dezoito por cento (18%) já oferecem benefícios voluntários aos funcionários e 10% têm interesse de implantá-lo.
“São produtos e serviços adicionais que complementam o pacote de benefícios. As empresas e os RHs se tornam facilitadoras de acesso a estes produtos e serviços importante no planejamento pessoal e familiar dos funcionários. As necessidades são diferentes e individuais e quando o colaborador decide, a oferta do benefício é mais assertiva e a empresa otimiza os seus investimentos”, explica.
Fonte: ABRH, 25.10.2017